A Faculdade Zumbi de Palmares colorizou a mais famosa foto do escritor e empreende agora a campanha “Machado de Assis Real”, onde afirma:
“MACHADO DE ASSIS ERA UM HOMEM NEGRO. O RACISMO O RETRATOU COMO BRANCO. É HORA DE REPARAR ESSA INJUSTIÇA.
Machado de Assis, o maior nome da história da literatura brasileira, jornalista, contista, cronista,
romancista, poeta, teatrólogo. E o que poucos sabem: negro.
O racismo no Brasil escondeu quem ele era por séculos. Sua foto oficial, reproduzida até hoje, muda a cor da sua pele, distorce seus traços e rejeita sua verdadeira origem. Machado de Assis foi embranquecido para ser reconhecido. Infelizmente.
Um absurdo que mancha a história do país. Uma injustiça que fere a comunidade negra. Já passou da hora de esse erro ser corrigido. No mês do Dia Mundial do Livro e do Direito do Autor, finalmente, será.
Uma foto do Machado de Assis real está disponível no site (http://machadodeassisreal.com.br/), para ser colada sobre a foto antiga, preconceituosa. Uma errata histórica feita para impedir que o racismo na literatura seja perpetuado. Para encorajar novos escritores negros.
Para dar a chance de a sociedade se retratar com o maior autor do Brasil. E para que todas as gerações reconheçam a pessoa genial e negra que ele foi. Que cada estante deste país possa ter um livro de Machado de Assis corrigido. A história agradece”.
Em 1933, o escritor Humberto de Campos, que conviveu com Machado, o descreveu assim: “Era miúdo de figura, mulato de sangue, escuro de pele, e usava uma barba curta e de tonalidade confusa, que dava ares de antigo escravo brasileiro, filho do senhor e criado na casa de boa família”.
Não deixe de ver também a matéria no site do Guia do Estudante Abril, onde há uma notável foto de Machado, publicada na revista argentina Caras y Caretas, em 1908.